
Publico
FILHOS DA MADRUGADA CANTAM JOSÉ AFONSO
25 DE ABRIL DE 1994 (20º ANIVERSÁRIO DO "25 DE ABRIL")
Tributo a José Afonso
CD 1
Madredeus - Maio Maduro Maio
G.N.R. - Coro dos Tribunais
Sitiados - A formiga no carreiro
Vozes da Rádio- Os Índios da Meia Praia
Tubarões - Venham mais cinco
Peste & Sida - O Homem da Gaita
Ritual Tejo - Canto Moço
Delfins - Vejam Bem
Diva - Canção de Embalar
Opus Ensemble - Era um redondo vocábulo
CD 2
Xutos & Pontapés - Coro da Primavera
Sétima Legião - Cantigas de Maio
Resistência - Chamaram-me cigano
Entre Aspas - Traz outro amigo também
Mão Morta - O avô cavernoso
Frei Fado D'el Rei - Que amor não me engana
Censurados - O que faz falta
Brigada Victor Jara - Ronda das Mafarricas
UHF - A Morte saiu à rua
Essa Entente - Senhor Arcanjo
Grândola Vila Morena
Vários - "Filhos da Madrugada", 1994 - Ed. e distri. BMG:
Destinado a comemorar a passagem de duas décadas sobre a Revolução dos Cravos, "Filhos da Madrugada" terá sido o projecto de maior envergadura alguma vez ensaiado na música portuguesa. Foi o pico de uma vaga de tributos (António Variações, Teresa de Noronha), naturalmente focado - dado o teor da efeméride - na memória de José Afonso. À partida havia dois projectos distintos: um de Sérgio Godinho que previa a recriação do autor de "Grândola" por vozes singulares, outro de Tim e João Gil, preferindo confiar a homenagem a bandas actuais. Vingou o segundo, embora fosse quase seguro que uma solução de compromisso teria produzido melhores dividendos artísticos.
No final foram apuradas duas dezenas de bandas para igual número de canções de Zeca sob a coordenação/produção de Manuel Faria - o que não chegou para assegurar a coerência de releituras assinadas por fãs confessos do Zeca, mas também por impugnadores seus mais ou menos arrependidos, por bandas consagradas e por estreantes nas mais diversas latitudes musicais. Numa óptica retrospectiva, no entanto, sobressaem pelo menos três grandes virtudes: a capacidade de iniciativa de uma indústria nacional que depois se veio a eclipsar, a vitalidade da última época em que a produção nacional rivalizou com a estrangeira e ainda a universalidade do legado de Zeca, susceptível de todas as releituras uma década depois do seu desaparecimento.
Luís Maio / Público, 08/05/2002
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